Será que devemos abandonar a família para seguir a Cristo?

Texto dentro do contexto

Fonte: Guiame, Cris BeloniAtualizado: quarta-feira, 25 de agosto de 2021 às 12:21
(Foto: Canva)
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“Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14.26 / NVI)

O texto lido é da Nova Versão Internacional da Bíblia. Veja como esse mesmo texto está em outras versões:

Almeida Corrigida e Atualizada

“Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14.26)

Nova Tradução na Linguagem de Hoje

“Quem quiser me acompanhar não pode ser meu seguidor se não me amar mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua esposa, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a si mesmo.” (Lucas 14.26)

Bíblia de Jerusalém (Nova edição revista e ampliada)

“Se alguém vem a mim e não odeia seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14.26)

O que o texto original realmente quer dizer?

Qual dessas versões é a correta? E o que você precisa fazer pra ser um discípulo de Cristo? Não amar a sua família? Ou ainda “aborrecer” ou “odiar” os membros da sua família?

Muita gente não entende esse texto por causa de algumas traduções estranhas. A mais indicada é a NVI (Nova Versão Internacional), conforme o hebraísta Luiz Sayão, onde lemos que “se alguém amar mais alguém do que ama a Jesus, não pode ser discípulo Dele”.

Entendemos que existe uma condição para ser um seguidor de Cristo, mas a força do texto não está em “deixar de amar as pessoas”, e sim em priorizar o amor em Cristo.

Algumas versões passam uma ideia errada sobre o que Jesus disse, porque utilizam as palavras “aborrecer” ou “odiar”. Mas Deus não quer que nenhum de nós aborreça ou odeie as pessoas mais próximas da nossa família.

Veja, por exemplo, como Cristo resumiu os mandamentos:

“Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças.” (Marcos 12.30 / NVI)

“Ame o seu próximo como a si mesmo.” (Marcos 12.31 / NVI)

O texto ilustra uma questão de prioridade, não de escolha

É essencial priorizar o amor a Deus, porque, em muitos casos, o amor excessivo ou exagerado por alguém especial (seja um filho, uma esposa, uma mãe ou pai) pode virar uma idolatria e atrapalhar a adoração exclusiva a Deus.

Amá-lo em primeiro lugar é uma maneira de garantir a nossa estrutura emocional. Você já parou para pensar naquelas pessoas que idolatram um filho, por exemplo? “Meu filho é tudo pra mim”. Se essa pessoa perder o filho, ela perdeu seu TUDO. E quem perde tudo, fica sem nada.

Mas quem deposita o “amor dependente” em Deus nunca vai ficar sem nada, e nunca estará sozinho, porque Deus é Eterno, porém as pessoas estão aqui de passagem. Pense nisso!

Por Cris Beloni, jornalista cristã, pesquisadora e escritora. Lidera o Movimento Bíblia Investigada e ajuda as pessoas no entendimento bíblico para a ativação de seus dons. Trabalha com missões transculturais, Igreja Perseguida, teorias científicas, escatologia e análise de textos bíblicos.

* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Será que estamos “coando mosquitos e engolindo camelos? Entenda a hipérbole

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