A morte real da ficção

É sempre muito terrível quando em situações trágicas a vida imita a arte.

Fonte: Guiame, Edmilson Ferreira MendesAtualizado: quinta-feira, 28 de outubro de 2021 às 15:56
Ator Alec Baldwin e a diretora de fotografia Halyna Hutchins. (Foto: Sonia Recchia/Getty Images/AFP; Angela Weiss/AFP)
Ator Alec Baldwin e a diretora de fotografia Halyna Hutchins. (Foto: Sonia Recchia/Getty Images/AFP; Angela Weiss/AFP)

Alec Baldwin foi parar nos destaques negativos dos noticiários impressos, digitais e eletrônicos. No set de gravações no qual rodava as filmagens de um filme a ser lançado, ele pegou uma arma cenográfica num dos intervalos, matou a diretora de fotografia e feriu o diretor. Até o momento as informações é que ele não sabia que a arma estava carregada e, ainda que soubesse, jamais imaginaria que estivesse carregada com munição de verdade no lugar de balas de festim.

Lamentável. Triste. Desesperador. Improvável. Impensável. Estúpido. Fatal. Considerando que a versão que se sabe até agora seja verdadeira, não dá nem pra imaginar o que está passando o ator, o elenco, os técnicos, as famílias, os auxiliares, enfim, não dá pra imaginar o estado emocional que cada envolvido está enfrentando.

Era só ficção. Era só ilusão. Era só cinema. Era só entretenimento. Era só. Era. Não é mais. Agora é uma trágica realidade. Dura, nua, crua, indigesta, irreversível. Afinal, a vida que se perdeu perdida está. Brincar com fogo, já diziam nossos pais, sempre será um perigo que poderá não terminar bem.

É sempre muito terrível quando em situações trágicas a vida imita a arte. Por mais que se esteja acostumado a ver mortes nas telas dos cinemas, em filmes de ação, de aventura, de guerra, quando a morte mostra sua carranca real, nos assustamos, nos fechamos, choramos, nos desesperamos, pois para a vida é que nascemos. Independente das ameaças de morte que tão de perto nos rodeiam todos os dias, viver é o que queremos.

Oro por perdão, graça, restauração e justiça nesta história toda. A vida precisa seguir. E seguir sem brincadeiras arriscadas, inconsequentes, mortais. Tem muita gente brincando com coisas, objetos, pessoas e situações tão perigosas quanto uma arma cenográfica. E o problema de se brincar com armas cenográficas está no fato de termos certeza que é só ficção e, portanto, jamais pensarmos que pode existir ali uma munição de verdade.

Não brinque com a arma chamada pecado. Ela carrega munições destruidoras que você não consegue ver. Podemos cair na mesma situação que caiu o Alec, de tão acostumado que estava em dramatizar nos sets de filmagens, de tão familiarizado com o ambiente das grandes produções, nem passou pela cabeça dele que aquela arma poderia estar carregada. A arma chamada pecado funciona da mesma forma, brincamos por um tempo e achamos que nunca nada de mais grave vai acontecer, até o dia que “bummmm”, o disparo irremediável é acionado e a morte de sonhos e projetos surge.

A vida não é uma obra de ficção. Leve muito a sério a história no seu particular set de filmagens. Confie a narrativa da sua caminhada nas mãos do insuperável Diretor, o Único que pode dirigir cada cena da sua vida com a bênção, a proteção e a unção que somente Ele é capaz de dar, o Senhor Jesus.

Edmilson Ferreira Mendes é escritor, pastor, teólogo, observador da vida.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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