Como retirar alegria das situações onde só vemos dor, sofrimento e problemas?

A resposta pode até parecer simples, mas na verdade é bastante significativa e delicada.

Fonte: Guiame, Marisa LoboAtualizado: segunda-feira, 11 de outubro de 2021 às 16:17
(Foto: Canva)
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A vida cristã não é fácil. Bem diferente do que muitos imaginam, seguir a Cristo não significa ter no bolso um controle onde podemos acionar o botão da "alegria". No entanto, nós ainda assim podemos retirar das situações de tristeza, dor e sofrimento, motivos para enxergar coisas bem diferentes do que esses contextos carregam, o que termina alterando a natureza original das nossas emoções e sentimentos.

No artigo da semana passada, refletimos sobre como a alegria também é persistência, uma atitude de fé e superação de conflitos. Entendemos a partir das passagens de Atos 16, dos versos 22 ao 25, como Paulo e Silas encararam as situações de conflito de forma oposta à maneira que muitos de nós costumamos reagir. De dentro da prisão, eles louvaram e oraram a Deus, mesmo após uma sessão de espancamento.

Dessa forma, concluímos que a persistência na alegria é uma atitude de fé que nos leva a superar grandes conflitos, mas deixamos para refletir mais a fundo a seguinte questão: como retirar alegria das situações onde só vemos dor, sofrimento e problemas? Ora, a resposta pode até parecer simples, mas na verdade é bastante significativa e delicada.

A resposta é esta: não retiramos alegria das situações de sofrimento, mas sim fora delas. Vamos entender melhor a questão a seguir?

Aceite o sofrimento como algo real

Muitas vezes aprendemos que para lidar com o sofrimento, devemos tentar encarar a situação de dor como se fosse qualquer outra coisa, menos dor. Isso é um erro, porque em vez de lidar com o problema da forma como ele é, você acaba entrando numa espécie de fantasia de negação.

É comum vermos isso, por exemplo, em dependentes químicos nos estágios iniciais do vício. Em vez de reconhecer a situação como um problema real, o indivíduo tenta lhe mascarar, dar outros nomes e justificativas, mas nada disso muda a natureza do problema, pelo contrário, só agrava.

Quando Paulo e Silas foram espancados e presos, eles não tentaram negar a realidade do problema. Em vez disso, ambos reconheceram a gravidade da situação, e foi justamente isso o que permitiu a mudança de postura frente àquele contexto.

Fora da situação é onde está a alegria

Entendido o tópico anterior, podemos concluir que Deus nos proporciona alegria mesmo nas situações de sofrimento, não por causa dessas situações, mas sim por causa da capacidade que Ele nos dá, de olhar além delas. Foi exatamente o que fez Jesus Cristo nos últimos instantes na cruz do Calvário.

A Bíblia diz que, em determinado momento, Cristo foi questionado por um dos ladrões crucificados ao seu lado, o qual lhe clamou por misericórdia. Quais foram às palavras de Jesus? "Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso", disse Ele. Percebeu como Jesus não estava olhando para a sua situação de sofrimento naquele momento?

Cristo, apesar de crucificado e literalmente agonizando, indicou através da promessa feita ao ladrão arrependido que a sua mente, seu foco e preocupação, não estavam na situação de dor, mas sim naquilo que iria ocorrer logo após a sua morte; a ressurreição!

Em nosso cotidiano, onde lidamos com diversos tipos de sofrimentos, sempre há uma "ressurreição" para a qual devemos olhar. É dela, e não da situação de dor, que vem a nossa alegria. Paulo e Silas entenderam isso na prisão quando passaram a olhar para as promessas do Senhor, e por isso louvaram.

Nós também, ainda que no leito de um hospital, na falta de um emprego ou no fim de um relacionamento, devemos aprender a encarar cada situação como Cristo na cruz, olhando não para os pregos rasgando nossas mãos, mas para a justiça que será feita, a cura da enfermidade, a restauração do relacionamento ou as oportunidades que poderão surgir após uma demissão.

É assim, portanto, que retiramos alegria em meio às situações de sofrimento. Essa é uma lição bíblica e psicológica, pois envolve amadurecimento emocional nos momentos mais difíceis da vida.

Por Marisa Lobo é psicóloga, especialista em Direitos Humanos, presidente do movimento Pró-Mulher e autora dos livros "Por que as pessoas Mentem?", "A Ideologia de Gênero na Educação" e "Famílias em Perigo".

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Alegria também é persistência, uma atitude de fé e superação de conflitos

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