Receba!

Penso que o “receber” deve ser sempre um ato de fé, algo entre o adorador e Deus.

Fonte: Guiame, Edmilson Ferreira MendesAtualizado: quinta-feira, 12 de novembro de 2020 às 17:50
(Foto: Christianity)
(Foto: Christianity)

Já virou bordão, principalmente nas igrejas de linha pentecostal, a inconfundível palavra “receba!”. A voz de comando com a palavra “receba” vem de um pastor, de um ministro de louvor, de uma irmã num grupo de oração, de um amigo numa roda de conversa. Quem a ouve, imediatamente responde: Recebo!

Gosto da força contida nas palavras. Esta é inegável, carrega força e clareza quando pronunciada. É de fácil entendimento. Quero receber uma bênção, um milagre, uma providência divina em minha vida, aí, envolvido por este querer, após uma bela ministração da Palavra ou de um louvor com letra que mostra exatamente a situação que estou enfrentando, vem a palavra “receba!”, simultaneamente compreendo e... recebo!

São milhares de “receba!” a cada semana. Gente pra todo lado, de todas as classes sociais, recebendo positivamente a palavra e aguardando a solução desejada, a bênção necessária para resolver seus dilemas pessoais. Quem vê de fora, apenas com um olhar crítico, normalmente faz os seguintes questionamentos: E é tão simples assim? É só dizer a palavra e recebê-la que tá tudo certo? Não estão banalizando demais a bíblia? Tem base teológica? É só mais uma modinha gospel, daqui a pouco vai passar, né?!?

Eu, pessoalmente, não seria tão precipitado. Quem somos nós para desmerecer o sentimento de cada um que acredita no “receba!” que ouve? Como julgar a dor, a necessidade e o sofrimento que cada um carrega no seu interior? Quantas vezes fomos socorridos por apenas uma palavra, que de tão bem encaixada e providencial, nos colocou pra cima? Afinal, estamos falando de uma palavra e seu significado apenas, não é necessário se imaginar heresias em gestos que podemos até discordar e não praticarmos, mas daí a condenar vai uma grande distância.

Penso que o “receber” deve ser sempre um ato de fé, algo entre o adorador e Deus. Hebreus 11:1 na NTLH, diz exatamente isso: “A fé é a certeza de que vamos RECEBER as coisas que esperamos e a prova de que existem coisas que não podemos ver.” Uma fé pura e centrada unicamente em Cristo é a chave. Quando digo que “recebo!”, o faço com o componente da fé conectado exclusivamente no autor e consumador da minha... fé. Pois fé no que já vejo, no que já sei, no que controlo, não é fé, é só uma constatação nas evidências materiais e verificáveis que estão ao meu dispor.

Sim, podemos e devemos receber, pela fé no Cristo, bênçãos que estamos esperando sem qualquer garantia humana e palpável. Qualquer tipo de bênção? Não. Filhos de Deus anseiam por bênçãos que não contradizem a Palavra, que não ofendem a santidade de Deus, que estão, enfim, alinhadas com o querer e os planos de Deus, pois o Criador não tem qualquer compromisso fora da aliança com Ele, fora do seu perfeito caráter, fora das milhares de promessas que Ele nos deixou e que tem poder suficiente e fidelidade o bastante para cumprir.

Quando ouvir novamente o “receba!”, faça no seu interior suas melhores orações, exercite sua fé, confie no Pai, coloque tudo diante dEle e responda, se quiser, com a confiança daqueles que sabem que sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que todo aquele que se aproxima de Deus, creia que ele existe! Aí sim, com o peito aberto e fazendo brotar do seu coração, solte a voz e declare pela fé, não ao pastor, não ao ministro de louvor, não a qualquer homem ou mulher, mas declare pela fé unicamente a Deus: “Recebo!” E então apenas confie e espere, pois as bênçãos verdadeiras que recebemos sempre as recebemos das mãos dEle.

Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: "Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: O que fazer quando a última porta se fecha?

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