O vazio da nossa alma

Se o que move nossa vida é algo que não seja Cristo, estamos criando ídolos.

Fonte: Guiame, Fernando QueirózAtualizado: sexta-feira, 16 de agosto de 2019 às 15:35
(Foto: Facebook)
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Já imaginou como seria sua vida se tivesse tudo que sempre quis? Sério. Já pensou? Imagine só: o carro dos seus sonhos; a casa dos seus sonhos; uma conta bancária farta; os aparelhos eletrônicos mais recentes; filhos perfeitos que nunca aprontam (alguém deve ter gritado: amém!); emprego dos sonhos.

Seria muito bom, certo? Pessoas que têm tudo que querem estão completas... Certo?

Ou, então, você ter a popularidade que sempre desejou: milhares de seguidores no Instagram; milhões de curtidas em todas suas fotos; todos param na rua para tirar foto com você; sua imagem está na TV e na Internet; pessoas param para ouvir o que você tem para falar; pessoas elogiam absolutamente tudo que você faz e fala.

Seria muito bom, certo? Ter a aceitação de pessoas ao nosso redor nos daria uma sensação de pertencer... Certo?

Por último. Imagine se você tivesse a vida que sempre desejou. Sabe aquela vida de seriado de comédia? Onde todos os dilemas da vida são resolvidos em meia hora. Você tem os melhores amigos; o melhor trabalho; os melhores lugares para frequentar; as melhores situações da vida e os melhores dilemas, sabendo que as coisas se resolveriam em pouco tempo.

Uma vida perfeita. Seria muito bom... Certo?

Não. Nenhuma dessas alternativas está certa. Na verdade, só nos leva a querer mais e mais. Ao lermos o livro de Eclesiastes, Salomão nos mostra que a busca pelas coisas do mundo é vaidade. Pense comigo. Salomão! O homem tem tudo; ele é o rei das doze tribos de Israel; ele era muito sábio; tinha riquezas; tinha tudo o que qualquer um deseja, nos dias de hoje. Mas Salomão sabia que, um dia, ele morreria. Ele não saberia como seus filhos cuidariam do reino; o que aconteceria com as pessoas; até mesmo com ele mesmo.

Em Eclesiastes 2 e 5, Salomão fala justamente sobre os prazeres e o dinheiro. A realidade, se observarmos o mundo ao nosso redor, vemos pessoas com tudo e nada; cercados, mas abandonados; sorrindo, mas tristes. Deus nos criou para adorá-lo, Ele criou tudo para a glória dEle. Fomos criados desde o início para adoração a Ele, mas, a queda nos levou a buscar outras coisas para adorar. O que nos leva a idolatrar coisas. Todos nós.

Quer ver?

Quantas vezes já fomos ao estádio de futebol, torcer por nosso time preferido? Quantas vezes acordamos cedo para aproveitar as ofertas “imperdíveis” da “Black Friday”? Quantas vezes ficamos tristes ou preocupados com algo e imediatamente vamos atrás daquela deliciosa costela do Outback? Quantas vezes fomos ao shopping comprar coisas, por nos fazer sentir bem? Talvez você, pai, fica forçando seu filho a ser aquilo que você enxerga como o propósito para ele, assim você se sente melhor?

Tudo é vaidade.

A realidade é que temos um vazio em nossa vida. Como ser humano, tentamos preencher esse vazio com compras; comida; pessoas; significados; títulos; méritos e muitas outras coisas. Quer saber a verdade? Você pode tentar entupir esse espaço o quanto quiser. A única coisa que irá acontecer é: Você vai desejar mais dessas coisas. No fim, essas coisas não preenchem nossa vida. Você vai comprar tudo que sempre quis, e o vazio continua lá. E agora? Você torceu, torceu e torceu e seu time perdeu. E agora? Você tem milhões de seguidores no seu Instagram, mas, em sua casa, só há você. E agora?

Não é errado torcer por seu time; comprar coisas e comer no Outback (talvez não seja a escolha mais saudável, mas não errado). O que torna tudo isso errado é quando buscamos isso como fonte da nossa real alegria. Essas coisas nunca nos sustentarão; elas não têm esse poder. Elas podem nos proporcionar a felicidade momentânea (vocês sabem que há uma diferença entre felicidade e alegria, certo?).

Como falei no início: fomos criados para adorar a Deus. Ele nos fez para esse propósito. As coisas matérias citadas acima são coisas boas e, até certo grau, necessárias. No entanto, nossa vida não se resume nelas; nossa vida não se resume no time vencedor; não se resume em posses; em títulos. Se o que move nossa vida é algo que não seja Cristo, estamos criando ídolos.

Só há uma forma de preencher o vazio que está em nossa alma: Cristo. Ele é suficiente e poderoso para nos dar uma identidade e um real propósito. Buscar outros meios para preencher o vazio que a queda nos deixou, é vaidade.

Por Fernando Queiróz, psicólogo; líder do ministério Change (jovens de 18-25 anos) na Primeira Igreja Batista de Santo André, onde também trabalhou com adolescentes. Filho de pastor; amante da teologia e da antropologia cultural.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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