O barulho dos ímpios e o silêncio dos piedosos

O mal está dentro de nós e fora de nós. Está em nosso coração e em nossas palavras. Está em nossas ações, reações e omissões.

Fonte: Guiame, Hernandes Dias LopesAtualizado: segunda-feira, 29 de janeiro de 2018 às 15:18
Barulho. (Foto: Getty)
Barulho. (Foto: Getty)

"Vós que amais o Senhor, detestai o mal..." (Sl 97.10a).

Neste mundo assaz conturbado precisamos pedir a Deus discernimento e coragem. Discernimento para saber a hora certa de falar e a hora precisa de calar e coragem para não se calar na hora que o silêncio é sinal de covardia. Duas coisas nos perturbam: o barulho dos ímpios e o silêncio dos piedosos. Pior do que o barulho dos ímpios é o silêncio covarde dos piedosos. Aqueles que são chamados para amar o Senhor, devem na mesma proporção, detestar o mal. O mal não pode erguer sua fronte altiva sem ser confrontado. O mal não pode desfilar na passarela do tempo sem ser detestado. Calar-se diante do mal é ser não apenas covarde, mas também conivente. O apóstolo Paulo, nessa mesma toada, escreve: “Detestai o mal, apegando-vos ao bem” (Rm 12.9).

Mas o que é o mal? É tudo aquilo que afronta a santidade de Deus, conspira contra os princípios morais e espirituais estabelecidos por Deus e tem o propósito de corromper os relacionamentos instituídos por Deus e balizados pela palavra de Deus. O mal se infiltra nas estruturas políticas e econômicas. O mal destila seu veneno nas redes sociais e no cinema. O mal mostra sua carranca nas ruas, no guetos, nos palácios e nas choupanas. O combustível que alimenta o mal é o pecado. O pecado é o pior de todos os males, pois nos priva do maior bem. O pecado nos afasta de Deus, do próximo e de nós mesmos. O pecado é maligníssimo. Seu salário é a morte.

O mal está dentro de nós e fora de nós. Está em nosso coração e em nossas palavras. Está em nossas ações, reações e omissões. Está no governo e no povo. Está na imprensa e na literatura. Está na televisão e no teatro. Está nas relações internacionais e nos acordos econômicos. Está na academia e nas cortes. Está na igreja e na família. Está na cidade e no campo. O mal é o bafo do diabo, o refluxo do pecado, o produto da rebelião contra Deus.

O mal tem um arsenal muito diversificado. Sua indumentária é variada. Apresenta-se sob o manto da tolerância, mas abespinha-se com qualquer pessoa que ousa discordar de sua cosmovisão. Usa a máscara do respeito aos direitos do outro, mas apenas quando o outro se curva aos seus rasteiros interesses. É nessa sociedade que se diz plural, mas exige subserviência à ditadura do relativismo que somos chamados a amar o Senhor e a detestar o mal. É nesse mundo caído, rebelado contra Deus, que somos convocados a não nos conformarmos com este século, mas a sermos transformados pela renovação da nossa mente. É nesse ambiente hostil à fé cristã, que somos chamados a sair para fora dos portões da religiosidade, para nos encontrarmos com o Cristo vivo, na escola, na empresa, na família, na rua, levando o vitupério de Cristo. O mundo odiou Cristo e também vai nos odiar. Ser cristão é viver os valores no céu numa terra manchada pelo pecado. Ser cristão é andar na luz num mundo de trevas. Ser cristão é praticar o bem num ambiente governando pelo mal.

Ser cristão é andar na verdade num mundo rendido à mentira. Ser cristão é viver em santidade num mundo que se refestela no pecado. O mal sempre vai se insurgir contra Deus e desferir golpes violentos contra seu povo. O povo de Deus, porém, não pode ser vencido pelo mal, mas deve vencer o mal com o bem. O povo Deus não pode acovardar-se diante da arrogância do mal, mas deve erguer sua voz em defesa do bem. O barulho dos ímpios não pode silenciar os piedosos!

 

*O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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