Como a Igreja deve escolher seu candidato à Presidência da República?

Saiba quais os requisitos apontados pela Palavra de Deus como fundamental para uma autoridade.

Fonte: Guiame, Joel EngelAtualizado: sábado, 6 de outubro de 2018 às 0:36
Temos que resolver a questão sobre como podemos, sendo servos de Deus, escolher um candidato que represente os nossos interesses sociais. (Foto: Revista Comunhão)
Temos que resolver a questão sobre como podemos, sendo servos de Deus, escolher um candidato que represente os nossos interesses sociais. (Foto: Revista Comunhão)

É comum, em época de eleições, que surjam dúvidas sobre como a Igreja deve escolher seu candidato a Presidência da República. Afinal, essa escolha envolve uma análise dos padrões que a Palavra de Deus defende no tocante ao modo de vida do cristão. Somente através daquilo que a Bíblia orienta é possível escolher um candidato de acordo com a vontade de Deus.

Primeiramente, é preciso desconstruir o mito de que a Igreja não deve se envolver com política, pois isso é exatamente o que o inimigo de nossas almas deseja, que estejamos afastados destes temas. Como diria Charles Spurgeon: "Só os tolos acreditam que política e religião não se discutem. Por isso os ladrões permanecem no poder e os falsos profetas continuam a pregar”.

Aqueles que acreditam que os santos não devem debater estes temas ignoram o que diz a Palavra de Deus, que orienta que devemos orar pelas autoridades (1 Timóteo 2.1 e 2). Além disso, não podemos esquecer o papel político que grandes homens de Deus exerceram em toda a Bíblia, como também a contribuição que a Igreja tem dado no aperfeiçoamento das instituições do Estado.

João Calvino acreditava que uma estreita relação da Igreja com o Estado, desde que respeitadas suas prerrogativas, poderia resultar em uma sociedade mais justa, o que também era defendido por Martinho Lutero. Eles acreditavam que o papel do cristão era de ser um agente social do bem.

As palavras de John Wesley sobre o tema também são importantes, pois ele considerava que “o evangelho de Cristo não conhece religião que não seja social, e não conhece também santidade que não seja social”. Ou seja, o pregador britânico considerava importante o envolvimento da Igreja nos trabalhos sociais, no que podemos incluir a política.

No entanto, se considerarmos coerente a participação da Igreja na política, ainda temos que resolver a questão sobre como podemos, sendo servos de Deus, escolher um candidato que represente os nossos interesses sociais, bem como os interesses do Reino de Deus em meio à sociedade.

Vejamos então aquilo que a Bíblia orienta:

Temor a Deus

Quando Jesus Cristo foi questionado sobre qual seria o maior de todos os mandamentos, o Mestre apontou o amor a Deus. Ele disse: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento! Esse é o maior e o primeiro mandamento” (Mateus 22.37-38).

A Igreja deve observar quais são as ideias do candidato em relação ao divino, a soberania de Deus, pois isso irá ajudar a conhecer as verdadeiras intenções daquele que almeja assumir um cargo de autoridade. Quando a Igreja se exime de seu papel, leis contrárias aos interesses dos santos são apresentadas.

Como é o caso do Projeto de Lei 4371/2016, que “dispõe sobre a responsabilidade civil de organizações religiosas por atos de intolerância religiosa praticados por fiéis”. O PL de autoria da deputada Erika Kokay (PT/DF), busca meios de punir as igrejas por manifestações de seus membros, o que permitiria um maior controle das instituições religiosas.

Isso também pode ser observado no PL 8.035/2010, de autoria de Fernando Haddad, atualmente candidato a Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores. O Projeto de Lei aprova o “Plano Nacional de Educação”, a ser aplicado por 10 anos, e estabelece a Ideologia de Gênero como parte do ensino.

Essa ideologia nega a existência de Deus, pois defendente que ninguém nasce com sua sexualidade definida, podendo explorar diversas formas de sexualidade. Através desta ideologia, nossas crianças são incentivadas a experimentarem relacionamentos com pessoas do mesmo sexo, o que é totalmente contrário ao que orienta a Bíblia Sagrada.

Honestidade

Um candidato que possa representar bem os interesses da Igreja também deve ser um homem honesto. Essa palavra pode incluir diversos fatores, como falar a verdade, não tirar vantagem, usar bem os recursos públicos, não roubar ou fraldar, ter senso de justiça, etc.

O sétimo mandamento da Lei de Deus nos diz que não devemos roubar (Êxodo 20.15). Isso significa que devemos respeitar os bens alheios e pagar nossas dívidas. Significa também que nós não podemos tirar vantagem sobre as pessoas, buscando formas de prejudicá-las, mas precisamos agir com integridade.

É o caso do Projeto de Lei do deputado Nazareno Fonteles (PT/PI), que “estabelece o Limite Máximo de Consumo, a Poupança Fraterna e dá outras providências”, o que na prática representa um “confisco dos bens” por meio do Estado.

“O projeto estabelece que, durante sete anos, haverá um limite máximo de consumo mensal que cada pessoa poderá utilizar para seu sustento e de seus dependentes residentes no País. Este limite será de cerca de R$ 713 ao mês.”

Contra o aborto

Um candidato que represente nossa fé, precisa ser contra o aborto, observando aquilo que a Bíblia diz sobre o tema, em que afirma que a vida do ser humano pertence a Deus desde o início da gravidez. Conforme está escrito: “Antes que eu te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da mãe te santifiquei; às nações te dei por profeta” (Jeremias 1.5).

Mas não é isso que acredita o deputado Jean Wyllys (PSOL/RJ), que através do PL 8.82/2015 pretende legalizar o aborto até a 12ª semana de gestação, ou em qualquer momento em que haja risco para a saúde da mulher, através de um simples atestado médico.

A maioria dos candidatos a Presidência da República são favoráveis ao aborto, o que nos leva a ficar atentos sobre como esses candidatos poderiam podem agir diante dos interesses da igreja brasileira. É o caso do candidato do Partido dos Trabalhadores, Fernando Haddad, que aparece em segundo nas pesquisas eleitorais, mas defende o aborto.

Contra as drogas

A Igreja tem desenvolvido um trabalho importantíssimo no combate às drogas, buscando acolher dependentes químicos e oferecer ajuda para aqueles que tiveram suas vidas desgraçadas pelos vícios. Esses trabalhos muitas vezes são desenvolvidos sem a ajuda do Estado.

Porém, para o deputado Eurico Júnior (PV/RJ), a maconha deveria ser legalizada, permitindo assim o livre consumo e até mesmo o cultivo da droga. Esse também é o pensamentos de alguns dos presidenciáveis, que defendem a liberação das drogas e seu livre comércio.

A favor de Israel

A Bíblia diz que “quem abençoar o povo de Israel será abençoado; e quem o amaldiçoar será amaldiçoado” (Números 24.9). Além disso, nós sabemos que Israel é o relógio de Deus para a Igreja. Os acontecimentos na Terra Santa apontam para a vinda de Jesus Cristo.

Por isso, esse também é um requisito que devemos observar nos candidatos. Como ele se posiciona em relação a Israel? Nos últimos anos a política externa do PT foi totalmente contrária a Israel, mas agora temos a oportunidade de mudar esse quadro. Precisamos observar quais são os pensamentos do candidato em relação a este povo.

Por Joel Engel, pastor, líder do Ministério Engel, em Santa Maria (RS) e fundador do Projeto Daniel, que ajuda crianças órfãs em países da África.

* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições