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Israel

Análise de DNA revela a origem do povo filisteu

Pesquisadores sequenciaram genomas de indivíduos que viveram em cidade portuária de Israel entre séculos 12 e 8 a.C.

Fonte: Guiame, com informações da GalileuAtualizado: segunda-feira, 8 de julho de 2019 às 12:07
Escavações feitas em cemitério filisteu na cidade de Ascalão. (Foto: Melissa Aja/Leon Levy Expedition)
Escavações feitas em cemitério filisteu na cidade de Ascalão. (Foto: Melissa Aja/Leon Levy Expedition)

A análise do DNA dos restos mortais de 10 indivíduos mostrou que a origem dos filisteus, um dos povos inimigos dos judeus, segundo relatos bíblicos, vem da Europa.

A descoberta foi realizada após os pesquisadores encontrarem os restos mortais de uma criança na região de Ascalão, em Israel. A cidade abrigava um dos portos mais importantes durante a Idade do Ferro e a Idade do Bronze (entre 3,6 mil e 2,8 mil anos atrás).

Segundo relatos bíblicos, os filisteus frequentemente eram os adversários do povo hebreu. O Antigo Testamento faz numerosas referências ao povo, que habitou cidades antigas vizinhas a Canaã, como Ascalão, Asdode e Ecrom.

A Bíblia aponta alguns personagens que pertencia a esse povo, como o gigante Golias, que lutou contra Davi, e, provavelmente, Dalila, que traiu Sansão cortando seu cabelo.

De acordo com o estudo publicado na revista Science Advances, a equipe descobriu que os traços genéticos foram introduzidos em Ascalão por volta da chegada estimada dos filisteus no local, sugerindo que os ancestrais do povo migraram pelo Mediterrâneo e chegaram ali no início da Idade do Ferro.

O estudo também aponta uma mistura genética entre aqueles que tinham DNA europeu e local, o que mostra para uma relação intensa entre a população ali estabelecida e os recém-chegados.

As evidências genéticas de Ascalão se encaixam a teoria de que, durante o colapso de algumas sociedades europeias da época, marinheiros do sul da Europa fugiram e se estabeleceram ao longo da costa leste do Mediterrâneo, onde foram apelidados de filisteus.

Corpo de uma criança filisteia encontrado em Ascalã. (Foto: Melissa Aja/Leon Levy Expedition)

Isso porque os resultados mostraram que quatro indivíduos estudados apresentavam algumas “assinaturas genéticas” que se comparavam àquelas observadas em populações europeias da Idade do Ferro da Grécia, Espanha e da região italiana da Sardenha.

Analisando indivíduos que viveram num momento mais tardio da Idade do Ferro na região de Ascalão, os pesquisadores descobriram que os traços europeus não podiam mais ser rastreado.

"Em no máximo dois séculos essa pegada genética introduzida durante a Idade do Ferro não é mais detectável e parece ser diluída por um pool genético local relacionado ao Levante [região do Oriente Médio]", afirmou Choongwon Jeong, um dos autores do estudo.

Segundo o grupo, até então os filisteus pareciam geneticamente com os cananeus, fato que oferece informações adicionais sobre a cultura filisteia: “Quando eles vieram, eles não tinham nenhum tipo de tabu ou proibição de se casarem com outros grupos ao redor deles”, afirmou Daniel Master, também participante da pesquisa.

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