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Arqueólogos descobrem provas do relato bíblico sobre a conquista de Jerusalém pela Babilônia

Artefatos como vestígios de flechas e uma peça rara de joalheria compõem o acervo de provas da guerra citada na Bíblia.

Fonte: Guiame, com informações da CNNAtualizado: terça-feira, 13 de agosto de 2019 às 18:06
Pintura ilustra batalha na qual a Babilônia conquistou Jerusalém. (Imagem: explorandolafe)
Pintura ilustra batalha na qual a Babilônia conquistou Jerusalém. (Imagem: explorandolafe)

Arqueólogos que fizeram escavações na região do Monte Sião, em Jerusalém, descobriram evidências da conquista babilônica da cidade, parecendo confirmar um relato bíblico de sua destruição.

Acadêmicos da Universidade da Carolina do Norte em Charlotte fizeram descobertas significativas, incluindo depósitos de cinzas, pontas de flechas e pedaços de vasos e lâmpadas. A descoberta mais surpreendente, no entanto, foi um item de joalheria, que parece ser uma borla ou brinco com uma parte superior em forma de sino, disseram os pesquisadores.

Shimon Gibson, co-diretor do projeto arqueológico Mount Zion da universidade, disse à CNN a peça rara marca a primeira vez que os arqueólogos descobriram sinais das "elites", parecendo confirmar as descrições bíblicas da riqueza de Jerusalém antes de a conquista em 587-586 aC.

Gibson disse que a peça de joalheria é um achado raro em locais de conflito, já que os guerreiros normalmente as roubavam.

“É uma indicação clara da riqueza dos habitantes da cidade na época do cerco", disse ele.

Peça de joaelheria encontrada na região do Monte Sião ajuda a comprovar relato bíblico sobre conquista de Jerusalém pela Babilônia. (Foto: Mt Zion Archaeological Expedition/Rafi Lewis)

O historiador disse que, embora os itens isolados não forneçam provas conclusivas do ataque babilônico, a mistura única de artefatos leva os pesquisadores a acreditar que descobriram evidências diretas da conquista.

"Para os arqueólogos, uma camada cinzenta pode significar várias coisas diferentes", disse Gibson em um comunicado. "Pode ser depósitos de cinzas retirados de fornos ou pode ser uma queima localizada de lixo”.

"No entanto, neste caso, a combinação de uma camada de cinzas cheia de artefatos, misturada com pontas de flechas e um enfeite muito especial indica algum tipo de devastação e destruição. Ninguém abandona joias de ouro e ninguém tem pontas de flecha em seu lixo doméstico".

A localização dos artefatos significou que os pesquisadores foram capazes de descartar outras explicações para os resultados.

"Nós sabemos onde a antiga linha de fortificação funcionou, então sabemos que estamos dentro da cidade", disse Gibson.

A equipe notou que as pontas de flechas recuperadas são "bastante comuns" em locais de batalha dos séculos VII e VI aC, e eram conhecidas por serem usadas pelos guerreiros babilônicos.

"Esta evidência aponta para a conquista histórica da cidade pela Babilônia, porque a única grande destruição que temos em Jerusalém para este período é a conquista de 587/586 a.C", disse Gibson.

Ponta de flecha usada pelos soldados babilônicos é outro artefato que ajuda a comprovar relato bíblico. (Foto: Mt Zion Archaeological Expedition/Virginia Withers)

Ele acrescentou que os artefatos de barro - que incluem peças quebradas de cerâmica, partes das típicas lâmpadas comprimidas de época e outros objetos domésticos - ajudaram ainda mais a equipe a datar as descobertas.

"É o tipo de desordem que você esperaria encontrar em uma casa arruinada após um ataque ou batalha", disse ele.

"É muito emocionante poder escavar vestígios do material de qualquer evento histórico, e ainda mais em relação a um evento histórico importante, como o cerco babilônico de Jerusalém", disse Rafi Lewis, co-diretor do projeto.

Os resultados são de particular importância, pois lançam luz sobre um evento definitivo na história judaica.

Acredita-se que a conquista, liderada pelo rei neobabilônico Nabucodonosor II, tenha resultado em uma perda significativa de vidas quando a cidade foi arrasada. Também levou à destruição do Templo do Rei Salomão - uma história contada no Segundo Livro dos Reis do Antigo Testamento.

Judeus ortodoxos em todo o mundo lembram a data todos os anos em Tisha B'Av, um dia anual de jejum e luto, que neste ano aconteceu no domingo. O dia, que é considerado o mais triste do calendário judaico, também marca a destruição do Segundo Templo por legiões romanas por volta de 70 dC.

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