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Israel

Confronto entre judeus e palestinos no Monte do Templo pode 'explodir a qualquer momento’

Manifestantes árabes atacam judeus que comemoravam o Dia de Jerusalém. Desde o início dos conflitos (07), mais de 500 pessoas se feriram.

Fonte: Guiame, com informações de The Times of IsraelAtualizado: terça-feira, 11 de maio de 2021 às 11:44
Palestinos entram em confronto com forças de segurança israelenses no Monte do Templo, em 10 de maio de 2021. (Foto: AP Photo/Mahmoud Illean)
Palestinos entram em confronto com forças de segurança israelenses no Monte do Templo, em 10 de maio de 2021. (Foto: AP Photo/Mahmoud Illean)

As forças policiais invadiram o Monte do Templo novamente após ataques de manifestantes árabes, em meio a grandes tensões em torno de Al-Aqsa, do Dia de Jerusalém e do bairro Sheikh Jarrah.

A data do calendário hebraico, dia 10 de maio, celebra o dia em que Israel conquistou Jerusalém Oriental e a Cidade Velha, que abriga lugares sagrados muçulmanos, judeus e cristãos, em 1967. Neste ano, a data coincide com o fim do mês sagrado para os muçulmanos, conhecido como Ramadã.

Os confrontos têm ocorrido na Cidade Velha, no complexo da mesquita de Al-Aqsa, que é conhecida pelos muçulmanos como Santuário Nobre e pelos judeus como Monte do Templo.

Amos Gilad, um ex-oficial de defesa sênior, disse à Rádio do Exército que o desfile do Dia de Jerusalém deveria ser cancelado ou retirado do Portão de Damasco da Cidade Velha, avisando que "o barril de pólvora está queimando e pode explodir a qualquer momento".

Sobre o confronto

A polícia diz que os manifestantes atiraram pedras e fogos de artifício contra os policiais, numa estrada próxima ao Muro das Lamentações, onde milhares de judeus israelenses estavam reunidos para orar. Em resposta, os policiais lançaram bombas de efeito moral, granadas de choque e balas de borracha do lado de fora da mesquita.

Centenas de manifestantes palestinos e pelo menos 16 policiais ficaram feridos nesta manhã de segunda-feira. Até agora, 205 palestinos foram hospitalizados, dos quais sete estavam em estado grave, informou a organização de primeiros socorros. Apenas um policial precisou ser hospitalizado. Em certos pontos durante os confrontos, a polícia esvaziou o Monte do Templo e proibiu temporariamente as pessoas de retornar, mas acabou permitindo que voltassem.


Motivação dos conflitos

Os tumultos aconteceram quando a polícia tentou impedir os judeus de entrar no local sagrado devido às tensões crescentes na capital, atraindo a fúria de legisladores de direita, mas o apoio da esquerda.
Ainda não estava claro se a polícia permitiria o desfile anual planejado pelos judeus nacionalistas. Houve recomendações de oficiais de segurança para alterar a rota da Marcha da Bandeira, a fim de limitar as chances de confrontos diretos entre os participantes e os residentes muçulmanos da Cidade Velha.

Durante uma avaliação situacional feita pela liderança política de Israel, as Forças de Defesa de Israel, o serviço de segurança Shin Bet e a ligação militar de Israel com os palestinos disseram acreditar que a rota atual, que teria milhares de israelenses judeus passando pelo ponto crítico do Portão de Damasco e do Bairro Muçulmano, provavelmente resultaria em violência. Vale lembrar que a marcha é amplamente percebida como provocativa.

De acordo com o Canal 12, o ministro da Defesa, Benny Gantz, aceitou a posição e pediu que a polícia mudasse a rota, embora a decisão final não coubesse a ele. A Marcha das Bandeiras foi planejada para as 16h de segunda-feira, e a polícia estava programada para realizar reuniões adicionais sobre o assunto antes de anunciar como planejava proceder.

A polícia entrou no complexo do Monte do Templo pela manhã, depois que milhares de palestinos se reuniram no complexo durante a noite, tendo coletado várias pedras e outras armas improvisadas. A polícia disse que dezenas de manifestantes atacaram um posto policial e começaram a atirar pedras do Monte do Templo em direção a uma estrada ao sul do complexo, bloqueando a estrada, mas não causando ferimentos ou danos.

Isso levou a polícia a entrar na área do Monte do Templo, onde foi atacada pelos manifestantes e acabou atingindo as pessoas que estavam no local.


“Barril de pólvora”

As autoridades palestinas condenaram a "invasão de Al-Aqsa" na segunda-feira pela polícia israelense e prometeram considerar "todas as opções" em resposta.
“O assalto à mesquita de Al-Aqsa é um crime cometido pela ocupação. A liderança palestina está estudando todas as opções para responder a essa agressão hedionda contra os locais sagrados e os cidadãos”, tuitou Hussein al-Sheikh, um dos conselheiros mais próximos do presidente da AP Mahmoud Abbas.

Sami Abu Zuhri, porta-voz do grupo terrorista Hamas, chamou os confrontos de um verdadeiro massacre e crime de guerra. “Convocamos toda a nossa nação a tomar as ruas e entrar em conflito com a ocupação”, disse ele, acrescentando que “Israel pagará um preço alto por sua tomada à força de Al-Aqsa”.

O anúncio da polícia impedindo as visitas de judeus ao Monte do Templo no Dia de Jerusalém veio pouco antes do início programado das visitas e depois que centenas de judeus já haviam se dirigido ao Monte do Templo.

Em uma reunião de gabinete especial antes do Dia de Jerusalém, Netanyahu disse no domingo que Israel “não permitirá que nenhum extremista desestabilize a calma em Jerusalém. Aplicaremos a lei e a ordem de forma decisiva e responsável”, afirmou.

A violência, junto com os despejos planejados em Jerusalém Oriental, atraiu condenações dos aliados árabes de Israel e expressões de preocupação dos Estados Unidos, Europa e Nações Unidas.

E Mansour Abbas , chefe do partido Ra'am afirmou que "Al-Aqsa é uma linha vermelha" e que "a agressão contra o local sagrado e seus adoradores é inaceitável e ofensiva."

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