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Israel e Arábia Saudita fazem negociações sobre o controle do Monte do Templo em Jerusalém

Israel e Arábia Saudita estariam negociando secretamente a inclusão de sauditas no Waqf Islâmico, que controla edifícios muçulmanos no Monte do Templo.

Fonte: Guiame, com informações do Israel HayomAtualizado: terça-feira, 2 de junho de 2020 às 14:51
O Monte do Templo é um lugar sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos. (Foto: AP)
O Monte do Templo é um lugar sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos. (Foto: AP)

Israel e Arábia Saudita estão em negociações secretas desde dezembro sobre a inclusão de representantes sauditas no Waqf Islâmico, que controla edifícios muçulmanos em torno do Monte do Templo em Jerusalém. A informação foi divulgada na segunda-feira (1) pelo jornal Israel Hayom.

As negociações fazem parte do “acordo de paz” formulado pelo governo de Donald Trump.

Diplomatas sauditas disseram ao Israel Hayom que “essas conversas são sensíveis e clandestinas e foram conduzidas por pequenas equipes de diplomatas e oficiais de segurança de Israel, EUA e Arábia Saudita como parte da Iniciativa Paz para a Prosperidade no Oriente Médio do governo Trump”.

Segundo um alto diplomata saudita, até alguns meses atrás os jordanianos se opuseram a qualquer mudança no Conselho do Waqf Islâmico, que supervisiona locais sagrados para os muçulmanos no Monte do Templo, como a Mesquita Al-Aqsa e a Cúpula da Rocha.

Mas a monarquia da Jordânia mudou de posição em meio à intensa interferência da Turquia no leste de Jerusalém e no Monte do Templo, informou o jornal.

A Jordânia havia incluído representantes palestinos no Conselho do Waqf devido às tensões na Porta Dourada — um dos oito portões das muralhas da Cidade Velha de Jerusalém — e à decisão da polícia israelense de colocar detectores de metal na entrada dos muçulmanos.

No entanto, as autoridades palestinas que se juntaram ao Waqf abriram as portas para o governo turco estabelecer sua presença no local sagrado, transferindo milhões de dólares para organizações vinculadas à Turquia. Os fundos foram aprovados pelo presidente turco Recep Tayyip Erdogan, diz a publicação.

Como resultado, os jordanianos disseram a Israel e aos EUA que estariam preparados para amenizar sua posição sobre a inclusão de representantes sauditas no Waqf, nas seguintes condições: que a Jordânia mantenha seu status exclusivo no Monte do Templo, que a Arábia Saudita transfira milhões de dólares em doações para ONGs islâmicas que operam no leste de Jerusalém e que a Arábia Saudita também faça pressão diplomática para expulsar as organizações islâmicas turcas que operam sob os auspícios palestinos.

“Se os jordanianos permitirem que os turcos operem sem impedimentos no complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em questão de anos seu status especial no comando dos locais sagrados muçulmanos e do Waqf seria relegado apenas ‘no papel’”, disse um diplomata árabe de alto escalão disse ao Israel Hayom. 

“Eles precisam do dinheiro e da influência da Arábia Saudita para bloquear Erdogan. Israel e os EUA também têm interesse, porque querem o apoio da Arábia Saudita para o acordo de paz dos EUA e à iniciativa de anexação de Israel, e porque a Arábia Saudita pode garantir o apoio do Bahrein e dos Emirados Árabes Unidos”, ele continuou.

O diplomata árabe acrescentou que “ainda é muito cedo para dizer se essa iniciativa realmente será concretizada. A intenção é que os representantes sauditas funcionem estritamente como observadores, para não prejudicar o status exclusivo dos jordanianos”.

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