Cristã espancada por hindus quer evangelizar seus agressores: “Jesus morreu por todos”

A jovem não guarda rancor das pessoas que a agrediram e acredita no poder do Evangelho para estabelecer a paz em sua aldeia, na Índia.

Fonte: Guiame, com informações da Portas Abertas (EUA)Atualizado: sexta-feira, 6 de setembro de 2019 às 15:04
Bahia está estudando em uma escola bíblica e pretende voltar á sua vila para evangelizar os moradores, inclusive aqueles que a espancaram. (Foto: Portas Abertas)
Bahia está estudando em uma escola bíblica e pretende voltar á sua vila para evangelizar os moradores, inclusive aqueles que a espancaram. (Foto: Portas Abertas)

Bahia* é uma estudante de escola bíblica de 22 anos da Índia. Ela é jovem, corajosa e comprometida em seguir Jesus. Jovens como ela dizem sobre o futuro do cristianismo na Índia — um país cada vez mais intolerante com os cristãos — e o testemunho da moça tem edificado muitas vidas.

Bahia atravessou uma ponte no vilarejo onde morava, enquanto os moradores a perseguiam. Ela não se lembra exatamente do que aconteceu, mas caiu e perdeu a consciência. Os aldeões a levaram riacho abaixo, a acordaram e depois a espancaram.

Na época, Bahia era cristã há quase sete anos, mas era a primeira vez que era atacada por causa de sua fé em Jesus. Havia quatro famílias cristãs em sua aldeia — uma vez que havia cinco, mas uma família foi colocada sob tanta pressão que voltou ao hinduísmo. Apenas um garoto de 16 anos daquela quinta família permaneceu fiel a Jesus. Ele agora é um crente secreto. Bahia, que já liderava um grupo de células, às vezes orava com ele.

Depois que Bahia se converteu ao Evangelho, seu irmão ficou tão doente que os médicos não puderam mais ajudar. Então, a mãe da Bahia pediu que ela orasse a Deus pela cura do rapaz. A moça orou e Deus curou seu irmão. A mãe da Bahia acabou se convertendo depois da cura de seu filho, mas o pai e o irmão da Bahia ainda não o fizeram.

Bahia e sua mãe foram repreendidas e perseguidas dentro da própria casa por deixarem o hinduísmo. Mas consideram isso algo mais “leve”, mas era leve em comparação com o que aconteceu alguns meses atrás.

Uma senhora da vila faleceu e, por alguma razão, os cristãos foram culpados por isso. Bahia e os outros foram expulsos da vila e fugiram para a floresta.

Estação chuvosa

Naquela noite, os cristãos fugitivos puderam ir para outra cidade, onde dormiram em uma igreja. No dia seguinte, eles retornaram à sua aldeia.

“Fomos abusados ​​verbalmente e os líderes de nossa aldeia realizaram muitas reuniões sobre nós. Mas não reagiam com violência. Passou uma semana depois de voltarmos à vila. E então, tudo aconteceu de repente”, contou a jovem.

Bahia se agarrou à sua Bíblia quando alguns moradores a arrastaram para fora de sua casa. Mulheres e homens bateram nela com as mãos. Eles a golpeavam onde quer que pudessem atingir.

Ela gritou: "Por que vocês estão me batendo?"

"Você é cristã! Você tem que ir. Esta não é a sua casa”, responderam os agressores.

"Eu moro aqui. Esta é a minha casa”, ela gritou de volta para eles.

"Deixe este lugar", disseram os moradores mais uma vez.

Ela não conseguiu se proteger dos golpes e começou a sangrar. Uma pessoa segurou o seu braço esquerdo, outra o direito. Mas ela apertava a Bíblia com força debaixo de um braço e protegia o livro o máximo possível.

Finalmente, alguém arrancou a Bíblia de seus braços, dizendo: "Nós vamos queimar este livro."

Eles a arrastaram para longe. Enquanto a puxavam pela vila, uma imagem surgiu em sua mente: uma imagem de Jesus sendo empurrado e chutado em direção ao Calvário.

'Viver juntos em paz'

Bahia perdeu a consciência e acordou na floresta. Sua mãe, que também havia sido espancada e tinha um ferimento logo abaixo dos olhos, a levou em segurança. Os outros 19 cristãos da vila também estavam lá. Um deles telefonou para a polícia. Os policiais chegaram apenas tarde da noite e trouxeram os outros moradores.

“A polícia simplesmente disse a todos que deveríamos viver juntos em paz. Então eles foram embora. Voltamos à vila”, disse Bahia.

Poucos dias depois, os moradores tornaram-se agressivos novamente. Eles chamaram os cristãos para outra reunião.

“Nós nos recusamos a desistir de nossa fé, o que os deixou com muita raiva”, disse Bahia, “Eles se tornaram agressivos porque éramos muito persistentes em seguir a Jesus. Eles nos ordenaram que deixássemos a vila, dizendo: 'Os cristãos pertencem a países estrangeiros'”.

Desta vez, os cristãos deixaram sua aldeia.

Voltando com o Evangelho

E Bahia não voltou por um bom tempo. Ela foi para uma escola bíblica.

"Por quê? Porque quando eles nos expulsaram da vila, ameaçaram me estuprar ou me matar se eu voltasse. A situação na vila ainda não foi resolvida”, explicou.

A jovem disse que acredita no poder do Evangelho para estabelecer a paz em sua vila.

“Quero passar mais tempo aprendendo sobre Deus para que um dia eu possa voltar com o Evangelho. Essa é a promessa que fiz à minha mãe. É meu desejo profundo compartilhar a palavra de Deus com eles lá. Quero dizer a todos que Jesus não morreu apenas por estrangeiros. Ele morreu por todos. Essa é a minha mensagem para as pessoas na minha aldeia, para as pessoas na Índia e as pessoas fora do nosso país”, disse Bahia.

Em depoimento à Missão Portas Abertas, Bahia aproveitou para deixar uma mensagem a todos os cristãos.

"Não tenham medo quando a perseguição chegar até vocês. Faz parte da vida cristã. É um privilégio ser perseguido. Não fiquem tristes ou desanimados", declarou

Ela também pediu orações por sua vida e pela missão para qual tem buscado se preparar.

“Por favor, ore para que Deus me ajude a cumprir minha visão: compartilhar Sua palavra com os incrédulos. Especialmente na minha aldeia, mas também em outros lugares onde a Palavra de Deus sofre oposição e intolerância. Também tenho um profundo desejo de que meu pai e meu irmão se convertam ao Evangelho”, afirmou.

*Nome fictício usado por motivos de segurança

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições