Fuga de cristãos por causa de extremismo muçulmano cresce na África

O alerta foi feito pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Fonte: Guiame, com informações do Barnabas FundAtualizado: quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020 às 16:15
Igreja cristã no Mali, onde a violência extremista islâmica teve grande aumento no ano passado. (Foto: Reprodução/Barnabas Fund)
Igreja cristã no Mali, onde a violência extremista islâmica teve grande aumento no ano passado. (Foto: Reprodução/Barnabas Fund)

O crescente e violento extremismo que envolve a região central do Sahel ameaça desestabilizar os países vizinhos da África Ocidental, segundo alerta o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em seu último relatório.

Os cristãos são o grupo com maior vítimas feitas pelos extremistas muçulmanos, como Boko Haram e Fulani.

Segundo o relatório, conflito armado na região matou mais de 4.000 vidas em Burkina Faso, Mali e Níger, em 2019. Para o Mali, 2019 foi o pior ano de violência extremista desde 2012.

A deterioração da situação de segurança está forçando o ACNUR e outras agências de ajuda a operar em um "espaço humanitário cada vez menor", com o acesso a pessoas em risco em declínio.

O número de famílias forçadas a fugir é "imenso e continua a crescer", diz o ACNUR, particularmente em Burkina Faso, onde o número de pessoas deslocadas internamente (deslocados internos) aumentou em 1.200%, de 47.000 em janeiro de 2019 para mais de 560.000 no final de dezembro.

No Mali, o número de deslocados internos quase dobrou em 2019, atingindo mais de 200.000, e o Níger tem 80.844 deslocados internos. O número total de refugiados e deslocados internos no Sahel central era de 1.007.258 no final de dezembro de 2019.

A "grande preocupação" do ACNUR é que as populações deslocadas à força estão tendo que procurar refúgio em áreas que também são atormentadas pela violência. Ele afirma que a crise continua agravando as necessidades críticas da região, como pobreza e insegurança alimentar, que os grupos armados têm explorado com ataques contínuos contra alvos civis.

Mais de 3.200 escolas foram forçadas a fechar na região, mais de 2.000 em Burkina Faso e mais de 1.200 no Mali, entre abril de 2017 e dezembro de 2019.

À medida que a insegurança se espalha para o leste e sudeste de Burkina Faso, o ACNUR diz que as áreas limítrofes da Costa do Marfim, Togo, Gana e Benin também correm o risco de serem desestabilizadas. Escalar a violência na Nigéria também pode agravar a situação, alerta.

O Barnabas Fund relatou vários incidentes separados de ataques islâmicos assassinos contra cristãos na região do Sahel nos últimos meses. Isso incluiu o assassinato de pelo menos dez homens cristãos em Burkina Faso em janeiro de 2020, quando os jihadistas retornaram para atacar a cidade de Silgadji, no norte do país, onde os extremistas do Boko Haram começaram seu tumulto letal em abril de 2019.

Em 30 de janeiro, cinco cristãos foram mortos, repetindo o ataque à vila cristã de Hidouwa, no extremo norte dos Camarões.

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