ONG cristã atravessa fronteira para levar suprimentos a refugiados em floresta no Mianmar

Em meio a violência militar, uma equipe da Operation Blessing atravessou a fronteira entre a Tailândia e o Mianmar numa arriscada missão para ajudar um acampamento de refugiados.

Fonte: Guiame, com informações da CBN NewsAtualizado: sexta-feira, 11 de junho de 2021 às 19:13
Uma equipe da Operation Blessing atravessou a fronteira entre a Tailândia e o Mianmar numa arriscada missão para ajudar um acampamento de refugiados. (Foto: Reprodução/CBN News).
Uma equipe da Operation Blessing atravessou a fronteira entre a Tailândia e o Mianmar numa arriscada missão para ajudar um acampamento de refugiados. (Foto: Reprodução/CBN News).

Uma equipe da ONG cristã Operation Blessing atravessou a fronteira entre a Tailândia e o Mianmar numa arriscada missão para levar suprimentos de sobrevivência para refugiados num acampamento cristão no Mianmar.

Com a crescente violência no país, após o golpe militar, cada vez mais pessoas deixam suas casas e fogem para a floresta, buscando refúgio na fronteira com a Tailândia. Um acampamento cristã da tribo Karen está cuidando de milhares de refugiados na região da fronteira, com o desafio de abrigar aldeias inteiras, que não possuem fonte de renda e suprimentos básicos como comida, água e remédios. 

A cristã Myine está entre aqueles que fugiram de Mianmar para escapar das atrocidades dos militares. Ela e seus quatro filhos partiram sem o marido, que é um soldado Karen, lutando pelos direitos do povo.

“Cavamos buracos onde nos escondíamos na maior parte do tempo, porque balas e bombas caíram em nossa aldeia. Os militares invadiram nossa casa e foi quando decidimos fugir para nossa segurança. Caminhamos por três dias e cruzamos a fronteira com a Tailândia. Eu sou cristã e orei muito para que chegássemos a este acampamento com segurança. Deixamos nossas vacas e aves, e agora, me sinto frustrada por viver em abrigos com outras pessoas, compartilhando alimentos muito limitados”, relatou Myine a CBN News. 

Enfrentando o risco de serem atingidos em fogo cruzado, uma equipe da Operation Blessing, uma organização humanitária cristã, levou suprimentos de sobrevivência para o acompanhamento da tribo Karen, atravessando até mesmo um rio.

Em coordenação com os líderes e soldados Karen, eles distribuíram sacos de arroz, barracas, remédios, lanternas e outros itens de emergência aos refugiados que vivem ao longo da fronteira entre a Tailândia e Mianmar.

A equipe de cristãos também orou com os refugiados e pelos jovens, que estão treinando com o Karen National Union Army para lutar pela democracia no país. 

Um líder do Exército da União Nacional Karen, o coronel Thun, explicou: "Os militares sempre foram ditadores. Eles querem exterminar todas as tribos ou nos escravizar. Desunir todas as religiões. Isso porque eles querem estar no poder para sempre. Mas agora temos que fazer isso, unir todos os esforços para combater os militares, que têm oprimido o povo e matado qualquer um que seja contra eles”.

Um dos refugiados agradeceu a ajuda enviada. “Muito obrigado por nos ajudar neste momento difícil em que estamos sendo perseguidos. Não temos casa nem dinheiro. Enfrentamos doenças e não temos remédios, nem teto para nos proteger do sol e da chuva. Usamos folhas de bananeira como nosso telhado para nos proteger. Tudo o que vocês nos deram são verdadeiras bênçãos”, disse.

Wai Yan, um soldado Karen, disse estar comprometido em proteger os refugiados e lutar pela democracia na nação. “Precisamos resistir ao golpe, embora nossas vidas, nossa saúde e nossa economia estejam sofrendo. Exigimos igualdade e direitos do cidadão”, afirmou.

Yan concluiu: "Obrigado Operation Blessing por cuidar dos necessitados. A Bíblia diz: 'Eu lhe digo a verdade o que você fez a estes pequeninos, é como se você tivesse feito a mim.' Eu acredito que Deus colocou o nome do seu ministério no Livro da Vida. Que vocês e suas famílias sejam cheios de bênçãos”. 

Crise no Mianmar e cristãos perseguidos

Há 4 meses, Mianmar está sob tensão devido ao golpe militar, que destituiu a líder Aung San Suu Kyi, em fevereiro, colocando fim a uma década de governo civil.

A investida militar começou após a Liga Nacional para a Democracia, liderada por Suu Kyi, obter vitória esmagadora nas eleições gerais de novembro. Mas os militares alegaram que a eleição foi marcada por fraude.

Desde o golpe, a situação no país é de guerra civil, com ataques que já fizeram 802 vítimas fatais. A maioria das pessoas mortas eram manifestantes pacíficos alvejados pelas forças de segurança do Estado. Igrejas estão sendo invadidas, cristãos são perseguidos e pastores são presos.

 

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