Pastor e esposa vão a julgamento por tentar dar aulas aos filhos em casa, na China

O pastor You Guanda e sua esposa estão com audiência marcada para o dia 23 de setembro, na província de Fujian, sul da China.

Fonte: Guiame, com informações do Faith WireAtualizado: terça-feira, 15 de setembro de 2020 às 13:18
Sala de escola bíblica de igreja doméstica na província de Zhejiang, China. (Foto: Reuters)
Sala de escola bíblica de igreja doméstica na província de Zhejiang, China. (Foto: Reuters)

Um tribunal na província de Fujian, no sul da China, convocou o pastor de uma igreja doméstica e sua esposa por não enviarem seus filhos à escola pública, optando por ensiná-los em casa.

O pastor You Guanda, da Igreja Dianqian na cidade de Xiamen, e sua esposa devem comparecer ao tribunal no dia 23 de setembro. De acordo com a organização Christian Concern, oficiais do governo local acusaram o casal de “disputas de custódia”.

Fato é que há muito tempo a Igreja Dianqian é um alvo do Partido Comunista Chinês. No segundo semestre do ano passado, por exemplo, as autoridades comunistas desativaram as instalações de adoração da igreja, depois que o pastor e outros membros compraram um novo espaço para o ensino doméstico, adoração e residência, conforme relatou o ‘Christian Post’. Posteriormente, no início deste ano, o local foi demolido.

A notícia da repressão ao pregador chega enquanto o governo chinês está impondo cada vez mais regras profundamente restritivas sobre as igrejas que buscam reabrir em meio à pandemia do coronavírus.

Conforme o site cristão ‘Faithwire’ relatou anteriormente, qualquer uma das congregações dentro da rede de igrejas aprovada pelo governo que planeje retomar os serviços deve atender a uma lista de 42 itens de pré-requisitos.

Incluídos nessa lista estão ordens para "intensificar a educação patriótica" e "estudar a política religiosa da China". Para a reabertura de igrejas, membresia e liderança também são obrigados a promover a chamada campanha dos "quatro requisitos", que começou em 2018 como parte da "sinicização" (adequação ao comunismo) da religião pelo governo, na qual as culturas não chinesas são obrigadas a assimilar a influência chinesa.

A revista ‘Bitter Winter’, que cobre questões de liberdade religiosa na China, definiu os “quatro requisitos”. São eles: “erguer a bandeira nacional ritualmente, muitas vezes enquanto canta o hino nacional; ensinar crenças e promover a constituição, leis e regulamentos chineses; pregar e promover os ‘valores socialistas centrais’; e promover a ‘excelente cultura tradicional da China’”.

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