Escritor judeu se entregou a Jesus após ler os Evangelhos

David Brooks era um escritor bem-sucedido em sua vida profissional, mas buscou a Deus quando viu sua vida pessoal em crise.

Fonte: Guiame, com informações da CBN NewsAtualizado: segunda-feira, 12 de agosto de 2019 às 15:07
David Brooks é um escritor renomado e colunista do New York Times. (Foto: CBN News)
David Brooks é um escritor renomado e colunista do New York Times. (Foto: CBN News)

Aparantemente, o comentarista conservador David Brooks parecia ter tudo: colunista do New York Times, analista político de TV e autor de best-sellers. Mas em seu interior, no entanto, algo estava faltando. Em 2013, após 30 anos de casamento, o divórcio abalou seu mundo. Ele também entrou na fase do "ninho vazio" da vida.

"Uma das coisas que aprendi é que quando você está em um desses momentos difíceis, você pode estar quebrado ou quebrado e aberto", disse Brooks à CBN News.

Para Brooks, isso levou à busca da alma e à renovação que ele escreve em seu novo livro, "A Segunda Montanha: A Busca por uma Vida Moral".

"Acho que a primeira montanha é a montanha da carreira, a única que sociedade quer que subamos e as pessoas acham insatisfatório", diz Brooks. "Eu alcancei muito mais sucesso na carreira do que eu pensava que teria, mas eu tinha um propósito? Eu tive uma conexão profunda? Não, eu não tinha. Então, você desce o vale e quando você está lá, encontra seu eu maior, basicamente, e então você percebe que está pronto para uma escalada maior. Se a primeira montanha está focada na aquisição, 'como eu obtenho coisas para mim?, a segunda montanha é sobre contribuição, 'como posso amar os outros?"

Duas histórias

Quando criança, ele sempre ouvira falar do amor de Deus. Brooks é judeu, mas também teve grandes influências cristãs.

"Eu tinha duas histórias passando pela minha cabeça", disse Brooks. "A história judaica que é uma história de êxodo: Atravessamos o deserto, escapamos da opressão e chegamos à terra do leite e mel. Depois à história de Jesus. Eu fui à capela todas as manhãs, cantei no coro e tive aquelas duas histórias na minha cabeça durante a minha vida inicial".

O processo gradual de vir a conhecer a Deus

Após seu divórcio, uma tentativa de autodescoberta levou a uma caminhada pessoal com Deus, no lugar mais incomum. Brooks lembra perfeitamente.

"Eu estava andando pela Penn Station de Nova York e é como o lugar mais feio na face da terra e por acaso eu estava em um desses túneis do metrô e ocorreu-me que todos ao meu redor têm uma alma e sua alma está ficando santificada ou está se degradando", contou.

Mas Brooks viu ainda mais significado nessa reflexão inusitada.

"Há outro sub-bosque que é como nossas almas estão a qualquer momento, quão perto ou longe nós nos sentimos de Deus. Então, uma vez que fiquei ciente dessa camada oculta, percebi que sou uma pessoa fiel e do jeito que eu quero descrever foi que não foi uma revelação ofuscante, não houve momento como a 'Estrada para Damasco' de Saulo. Não houve epifania. Foi apenas um processo muito gradual", destacou.
 
A leitura do Novo Testamento, especialmente o Livro de Mateus, mudou sua perspectiva espiritual. "Eu me sinto mais judaica do que nunca, porque eu costumava ser culturalmente judia, mas agora acho que a aliança é real", disse Brooks.

A notável presença divina

Brooks explicou que apesar de sua cultura judaica herdada de família, ele passou a olhar para o Novo Testamento de uma forma muito especial, que foi além de uma simples "literatura poética" ou "histórias cheias de sabedoria".

"Mas eu cresci com essa outra história e, como escrevi, não posso dispensar o evangelho de Mateus. E para mim, As Bem-Aventuranças são, como uma pessoa que cito no livro, é onde a grandeza celestial irrompe. Essa pessoa disse que o Sermão da Montanha não é apenas um monte de frases de sabedoria, é completamente um milagre notável da Presença Divina e por isso não posso esquecer essa parte da Bíblia, a parte de Mateus, a parte de João, então ainda tenho essas duas histórias na minha cabeça e uma parece ser uma continuação da outra, para ser honesto", explicou.
 
'Judeu Errante' e 'Cristão Confuso'

Desde a publicação de seu livro e revelando sua história espiritual, os principais autores se perguntam: 'qual é a religião de David Brooks, afinal?'.

Quando questionado sobre isso, ele respondeu: "Brinco que eu sou um 'judeu errante' e um 'cristão confuso'. Eu tenho as duas histórias na minha cabeça, mas eu acho que meus amigos judeus diriam que eu sou cristão. Eles dizem que você não pode acreditar no evangelho de Mateus e ainda ser judeu, isso é meio que cruzar a linha. Então eu acho que é justo, mas eu também digo que se eles querem me tirar do judaísmo, eles vão ter que me expulsar porque me sinto muito devoto a essas histórias e a esses personagens e a essa cultura".
 
O livro 'The Second Moutain' explora um conceito de como é possível levar uma vida significativa em um mundo tão egocêntrico.

"Nós tivemos 60 anos de auto-estima. Nós superamos isso, então temos que virar um canto cultural e encontrar uma maneira melhor de viver", disse ele.

Brooks diz que, apesar de uma cultura em espiral fora de controle, ele vê os cristãos evangélicos como parte da solução.

"Eu vou muito a faculdades cristãs e digo que eles não deveriam se sentir sitiados. Você tem o que o país quer. O país está espiritualmente faminto", destacou.

Fome por conexão

E assim foi David Brooks: faminto por conexão com Deus e com os outros.

"Apenas 8% dos americanos dizem ter uma conversa importante com seus vizinhos; 35% dos americanos são cronicamente solitários; a taxa de suicídio na adolescência subiu 70% na última década. E essas são apenas pessoas sendo isoladas umas das outras", Disse Brooks. "Então, eu espero que as pessoas no nível local construam a conexão para que haja menos solidão".

É um empreendimento pesado, não é uma tarefa pequena escalar essa 'segunda montanha'. Quando questionado sobre onde está no processo de escalada, Brooks humildemente ri. "Eu estou no sopé, talvez. Eu conheço algumas pessoas que irradiam alegria. Eu ainda não cheguei lá."

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