Igreja evangélica é a que mais atrai mulheres, negros e jovens, diz Datafolha

A pesquisa Datafolha aponta que 50% dos brasileiros são católicos e 31% são evangélicos. Comparada a projeções anteriores, o número de evangélicos no levantamento é tímido.

Fonte: Guiame, com informações da Folha de S. Paulo e Valor EconômicoAtualizado: segunda-feira, 13 de janeiro de 2020 às 15:46
Culto no Templo Central da Assembleia de Deus, em Belém (PA). A região Norte é a que tem a maior proporção de evangélicos. (Foto: Thiago Gomes/Folhapress)
Culto no Templo Central da Assembleia de Deus, em Belém (PA). A região Norte é a que tem a maior proporção de evangélicos. (Foto: Thiago Gomes/Folhapress)

Segundo dados do Datafolha publicados nesta segunda-feira (13) pela Folha de S.Paulo, 50% dos brasileiros são católicos, 31% são evangélicos e 10% não têm religião. A pesquisa ainda aponta que a igreja evangélica é a que mais atrai mulheres, negros e jovens.

O número de mulheres é maior na igreja evangélica, enquanto os homens são maioria na católica, diz a pesquisa. Os evangélicos são 58% formados por mulheres e 42% por homens, enquanto os católicos são 51% compostos por mulheres e 49% por homens.

O levantamento ainda indica que a igreja evangélica tem mais membros negros e pardos. Entre os evangélicos, 30% são brancos, 43% são pardos e 16% são negros. Entre os católicos, 36% são brancos, 41% são pardos e 14% são negros.

A igreja evangélica também é a que atrai mais jovens, segundo o Datafolha. Enquanto 13% dos jovens de 16 a 24 anos são católicos, 19% deste grupo são evangélicos. O mesmo acontece entre jovens adultos de 25 a 34 anos: 17% são católicos e 21% são evangélicos.

Os números também se diferenciam quando se trata de nível de escolaridade. Católicos com ensino médio são 42%, enquanto evangélicos são 49%. Já os católicos com ensino superior são 20%, enquanto evangélicos são 15%.

Por outro lado, alguns níveis de renda empatam entre as duas instituições religiosas. Entre católicos e evangélicos, 21% ganham de 2 a 3 salários mínimos, 17% recebem de 3 a 5 salários mínimos e 2% ganham mais de 10 salários mínimos.

O maior número de católicos está concentrado no Nordeste (59%) e no Sul (53%), enquanto os evangélicos concentram-se no Norte (39%) e Centro-Oeste (33%).

Evangélicos são os que mais crescem

Os dados do Datafolha apontam um número tímido de crescimento evangélico, comparado ao Censo Demográfico divulgado em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o órgão de pesquisa, o número de evangélicos no Brasil aumentou 61,45% em 10 anos. Enquanto 15,4% da população se dizia evangélica em 2000, 22,2% dos brasileiros passaram a declarar-se evangélicos em 2010.

Os números do Censo indicam que, enquanto os católicos vem sofrendo a perda de 1% dos seus fiéis anualmente no Brasil, os evangélicos vem ganhando 0,7%.

“Possivelmente em cerca de 10 e 15 anos o Brasil não terá mais maioria católica”, disse o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, em reportagem do jornal Valor Econômico em 2018.

O padre Valeriano dos Santos Costa, diretor da Faculdade de Teologia da PUC-SP, também considera os números do Censo e das pesquisas fictícios. A realidade da prática do catolicismo, segundo ele, é bem pior. 

“Menos de 10% dos batizados na Igreja Católica Apostólica Romana frequentam as missas dominicais, o que significa um mínimo de pertença”, disse Costa.

Segundo uma pesquisa feita pelo instituto Pew Research Center em 2015, um em cada cinco brasileiros é ex-católico. O estudo, que procurou saber os motivos da troca de religião na América Latina, mostra três principais razões: a busca por uma maior conexão com Deus (81%), o estilo da nova igreja (69%) e a maior ênfase na moralidade (60%).

A pesquisa Datafolha foi feita nos dias 5 e 6 de dezembro de 2019, com 2.948 entrevistados em 176 municípios de todo o País. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

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