Nigéria se cala diante de ataque terrorista que matou mais de 200 cristãos

Somente em março os muçulmanos de etnia Fulani mataram 225 cristãos, mas o governo nigeriano não reagiu ao massacre.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: segunda-feira, 9 de abril de 2018 às 15:51
O governo nigeriano decidiu não comentar os ataques para não chamar a atenção da mídia. (Foto: Reprodução).
O governo nigeriano decidiu não comentar os ataques para não chamar a atenção da mídia. (Foto: Reprodução).

Cerca de 225 cristãos foram mortos na Nigéria em março, por muçulmanos de etnia Fulani. As informações são de um grupo de vigilância. Apesar da atrocidade, o governo nigeriano e a mídia ocidental não estão prestando atenção adequada à gravidade dessa crise que só cresce a cada dia.

A International Christian Concern (ICC), que monitora ataques a cristãos em todo o mundo e tem dado ênfase à Nigéria, disse na semana passada que os seguidores de Cristo sofreram 27 ataques dos Fulani, somente em março.

Os ataques, principalmente nos estados de Plateau e Taraba, levaram à morte de cerca de 225 cristãos, juntamente com a destruição de casas e o deslocamento de milhares de famílias.

Apesar da carnificina, que dura anos, os ataques dos Fulani - que são em grande parte nômades - não estão recebendo tanta cobertura quanto os do Boko Haram, o outro grande grupo terrorista na Nigéria, disse o ICC ao The Christian Post.

No entanto, em comparação, o Boko Haram matou um total de 37 pessoas em março, muitas das quais eram militares nigerianos.

"Existem várias razões pelas quais o Ocidente não fala muito sobre a violência liderada pelos Fulanis. Primeiro, eles já gastam muito tempo e esforço cobrindo a situação do Boko Haram. Essa é uma discussão muito mais atraente para o Ocidente”, disse Nathan Johnson, gerente regional da ICC.

“Os Fulani não foram designados como extremistas desde 2014", salientou na última sexta-feira (6).

"Segundo, o Ocidente acredita que se trata apenas de um conflito socioeconômico entre pastores de gado e fazendeiros. Ou então acham que é um conflito étnico entre grupos distintos conflitantes. Muitos não querem acreditar que existe coisas para além disso", acrescentou Johnson.

"Finalmente, o governo nigeriano não está falando sobre isso. Eles não querem chamar a atenção para este problema, pois atrairia mais mídia negativa voltada para o governo. Todos esses fatores combinados levam ao silêncio entre a maioria dos meios de comunicação ocidentais", finalizou.

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