Pastor é morto na frente da filha durante ataque de muçulmanos

O ataque durou dois dias e se estendeu por outras localidades da República Democrática do Congo.

Fonte: Guiame, com informações da Portas AbertasAtualizado: segunda-feira, 26 de novembro de 2018 às 17:06
O cenário de grande violência fez com que civis fugissem da região. (Foto: Reprodução).
O cenário de grande violência fez com que civis fugissem da região. (Foto: Reprodução).

O reverendo Kausa Kaule Yosua, da República Democrática do Congo, foi morto na frente de sua filha em um ataque de grupo militante islâmico. Após matar o líder cristão, os extremistas deram cabo da garota. O ataque começou na noite do dia 10 de novembro, quando militantes chegaram em Mayimoya, a 45 km da cidade de Beni.

Eles invadiram o complexo da igreja e as casas vizinhas onde havia cristãos. “Às dez da noite, os militantes entraram na casa do pastor e atacaram a filha com facões. Quando ela começou a gritar por socorro, seu pai saiu para ver o que estava acontecendo e resgatá-la. Eles o mataram e depois a mataram também. Um de seus netos continua desaparecido”, disse um líder de igreja da região ao World Watch Monitor.

Ao todo, sete cristãos congoleses foram mortos no ataque que chegou até o dia 11. Membros das Forças Democráticas Aliadas mataram seis cristãos, incluindo o reverendo e sua filha (no nordeste do país). Eles também sequestraram 13 pessoas.

Entre as pessoas que foram sequestradas, está o reverendo Josias Kapanga Katembo, da aldeia de Boyikene, cujo corpo foi encontrado mais tarde em uma floresta, elevando o número de mortos.

"Eu estava em minha casa quando eles atacaram", disse um sobrevivente. “Da minha janela eu podia ouvir os agressores discutindo que a área onde operam pertence aos muçulmanos e não aos cristãos, e que todo cristão encontrado nela é um inimigo”, disse.

No ataque, três crianças também foram mortas, duas ainda não foram identificadas e sete cristãos ainda estão desaparecidos.

No dia 11 de novembro, o pastor Josias Kapanga Katembo, de 44 anos, foi sequestrado juntamente com seus dois filhos e três outros membros de sua igreja. A esposa do pastor Katembo, Rebecca, de 34 anos, também foi morta ao tentar fugir quando militantes atearam fogo em sua casa. O paradeiro de seus outros quatro filhos ainda é desconhecido.

Segundo informações de um líder da igreja em Beni, os agressores não queimaram as casas dos muçulmanos em Boyikene: “Ao lado da casa do pastor e a de outro cristão fica a casa de um muçulmano. Os atacantes pularam a casa, incendiando apenas as que pertenciam aos cristãos”.

O cenário de grande violência fez com que civis fugissem da região. Segundo a Portas Abertas, alguns fugiram para Uganda, o país vizinho. “Por favor, orem para que Deus nos ajude”, disse o porta-voz de uma ONG cristã local que cuida de pessoas deslocadas na cidade de Oicha.

O exército congolês, apoiado por forças da ONU, lutou contra o grupo Forças Democráticas Aliadas em uma ofensiva perto da cidade nos dias 14 e 15 de novembro, mas sete soldados da ONU e 12 soldados congoleses foram mortos. O movimento rebelde nascido em Uganda criou raízes e foi responsabilizado por mais de 2.500 mortes de civis, em três anos.

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