Relatório detalha como governo de Mianmar bloqueou ajuda humanitária aos cristãos

Mianmar tem enfrentado uma crescente pressão internacional relacionada a abusos contra minorias.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: sábado, 1 de setembro de 2018 às 15:25
O relatório afirma que existem mais de 106 mil civis étnicos deslocados por conflitos. (Foto: Hkun Lat).
O relatório afirma que existem mais de 106 mil civis étnicos deslocados por conflitos. (Foto: Hkun Lat).

Um novo relatório de 68 páginas esclareceu como o governo militar e civil de Mianmar cometeu crimes de guerra ao bloquear ajuda humanitária para salvar dezenas de milhares de deslocados por conta da violência no estado de Kachin, nos últimos sete anos.

Enquanto Mianmar enfrenta crescente pressão internacional relacionada a abusos contra as minorias, o novo relatório do grupo de direitos humanos Fortify Rights alerta que as autoridades locais estão bloqueando a ajuda em Kachin, onde predominam minorias étnicas cristãs.

O relatório também sugeriu que a China exigiu a Mianmar a impedir que grupos humanitários e as Nações Unidas ajudem dezenas de milhares de pessoas perto da fronteira com a província chinesa de Yunnan.

"Governos militares impediram grupos de ajuda locais e internacionais, negando aos civis de Kachin o acesso à ajuda", disse Matthew Smith, CEO da Fortify Rights, em comunicado. "Isso pode equivaler a um crime de guerra, dando ainda mais razão para o Conselho de Segurança da ONU referir Mianmar ao Tribunal Penal Internacional".

Embora tenha sido amplamente conhecido desde que um cessar-fogo terminou em 2011, entre as forças militares e rebeldes, que os civis em Kachin não tinham acesso adequado à ajuda, o novo relatório fornece um olhar mais detalhado sobre como e por que a ajuda não chegou a essas comunidades através de 195 entrevistas que foram realizadas nos últimos cinco anos.

Deslocamento

O relatório afirma que existem mais de 106 mil civis étnicos deslocados por conflitos nos estados Kachin e Shan, que agora vivem em mais de 140 campos de deslocamento. A Fortify Rights visitou 20 campos de refugiados em Kachin para entrevistar testemunhas, sobreviventes, funcionários das Nações Unidas, defensores da ajuda humanitária, soldados do Exército Independente de Kachin e representantes da Organização da Independência.

"Eles bloqueiam tudo", disse um homem de 60 anos que foi desalojado em território controlado pela KIA, sobre os militares de Mianmar, acrescentando que "não há comida para as pessoas na fronteira". O homem disse aos pesquisadores que "todos os caminhões que estão tentando atravessar as áreas controladas pela KIA estão bloqueados".

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