Escócia considera diminuir idade para mudança de sexo de 18 para 16 anos

Proposta escocesa para diminuir idade para transição de gênero tem oposição de mulher que fez procedimento e se arrependeu.

Fonte: Guiame, com informações do Christian Institute e BBCAtualizado: quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020 às 16:48
Governo escocês deve apresentar proposta para diminuir idade de transição de gênero. (Foto: Daniel Leal-Olivas/PA)
Governo escocês deve apresentar proposta para diminuir idade de transição de gênero. (Foto: Daniel Leal-Olivas/PA)

A proposta de diminuição da idade de 18 para 16 anos para a transição de gênero, feita pelo governo escocês, encontra oposição inclusive entre pessoas que passaram pelo procedimento.

Sinead Watson, que se considerava do sexo masculino e se sentia desconfortável por ser mulher no início dos 20 anos, diz ter sido informada em uma consulta online de que isso aconteceia por ser transgênero.

Assim, ela mudou seu nome para Sean e recebeu tratamentos hormonais pelo NHS, antes de finalmente fazer uma mastectomia dupla. Apesar da mudança, Sinead não ficou feliz.

"Eu estava ciente de que não iria literalmente mudar meu sexo, mas pensei que se eu pudesse me transformar a tal ponto que eu passasse e vivesse social e legalmente como homem, resolveria todos os problemas que eu tinha", conta.

"Após a dupla mastectomia em 2017, houve um período de felicidade, onde eu estava dizia: 'finalmente fiz. Eu estabeleci essa meta para mim e a atingi'”, lembra.

Mas ela conta que quando a novidade desapareceu, contiuava sentindo ódia de si. “Por que eu ainda me odeio? Por que ainda tenho todos esses problemas?”, questionava-se.

Diante do conflito, ela decidiu que, em vez de continuar no caminho para uma histerectomia e mais cirurgias, deveria aceitar que cometera um erro.

Sinead Watson se arrependeu de ter feito cirurgia para mudança de sexo. (Foto: Reprodução/BBC)

Baseada em sua experiência, Sinead critica os planos controversos para tornar mais fácil para as pessoas na Escócia mudarem de gênero legalmente.

Ela acredita que as propostas do governo escocês - que permitiriam que alguém mudasse de sexo depois de viver como se fosse o sexo oposto por três meses - são "perigosas".

Os candidatos teriam que prestar um juramento para confirmar que pretendem viver permanentemente em seu novo gênero. Ou seja, não poderiam se arrepender.

Propostas do governo

O governo escocês enfatizou que ainda está comprometido com a atualização da Lei de Reconhecimento de Gênero.

Mas disse que a nova legislação só seria introduzida após consultas adicionais para obter "consenso máximo".

As reformas enfrentaram fortes críticas de vários políticos proeminentes do SNP.

As preocupações se concentraram em grande parte no impacto potencial de permitir que as pessoas identifiquem seu gênero em espaços de sexo único, como vestiários e listas restritas apenas para mulheres.

A secretária da Previdência Social, Shirley Anne Somerville, disse a Holyrood que estava "ciente de quão dividida é a opinião".

E ela reconheceu que "pode haver muitas pessoas que não estão felizes com o que estou propondo, seja porque não estou indo rápido o suficiente nas propostas ou porque elas não querem que façamos nada".

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