Governo Biden permite uso de tecido de fetos abortados para experiências médicas

“Explorar os corpos desses pequenos seres humanos é desnecessário e grotesco”, criticou uma pesquisadora.

Fonte: Guiame, com informações do The Washington PostAtualizado: terça-feira, 20 de abril de 2021 às 18:07
Presidente dos EUA, Joe Biden, discursando na Casa Branca. (Foto: Reuters)
Presidente dos EUA, Joe Biden, discursando na Casa Branca. (Foto: Reuters)

De acordo com informações do The Washington Post, o governo Biden permitiu que pesquisadores e universitários usem tecido fetal humano para experiências médicas. As restrições anteriores do governo Trump foram removidas pelo Instituto Nacional de Saúde (INS). O material de abortos eletivos serão utilizados para estudar doenças e possíveis tratamentos.

Durante o governo Trump, os cientistas americanos não tinham mais a permissão para conduzir pesquisas usando partes de corpos de bebês abortados. Além disso, o dinheiro dos contribuintes não poderia mais financiar esse tipo de pesquisa.

Através de notificação, o INS informou aos diretores científicos e clínicos que a restrição de Trump estava suspensa e que o dinheiro federal voltaria a ser usado para a compra de tecidos fetais para estudos biomédicos por funcionários do governo.

Protestos

Em um comunicado, o presidente do Conselho de Pesquisa da Família, Tony Perkins, escreveu que “a decisão significa que os dólares do contribuinte serão usados ​​para experimentos bárbaros usando tecidos de abortos em vez de usar alternativas éticas e eficazes”, protestou.

“Essa decisão de retomar os experimentos usando partes do corpo de crianças abortadas desafia tanto a melhor ética quanto a ciência mais promissora", disse Tara Sander Lee, pesquisadora sênior e diretora de ciências da vida do Instituto Charlotte Lozier, em um comunicado ao The New York Times. “Explorar os corpos desses pequenos seres humanos é desnecessário e grotesco. Existem alternativas superiores e éticas disponíveis”, disse ela. 

Há cientistas que argumentam que o tecido fetal é menos eficaz na pesquisa do que as células-tronco adultas, grupos de células cultivadas artificialmente conhecidas como organoides e outros materiais não derivados de fetos abortados.

Sobre as pesquisas

O papel do tecido fetal na pesquisa biomédica está presente desde a década de 1950, quando pesquisadores suecos desenvolveram uma vacina contra a pólio usando células fetais. 

No final da década de 1980, os cientistas desenvolveram a técnica de criar ratos com sistema imunológico deficiente e transplantar para eles pequenas quantidades de tecido do sistema imunológico de fetos abortados.

Esses camundongos “humanizados” crescem o equivalente a um sistema imunológico humano. Eles se tornaram animais de laboratório cruciais no estudo de várias doenças importantes, incluindo terapias para HIV, câncer, problemas neurológicos, doença das células falciformes e distúrbios oculares. 

No ano passado, um pesquisador federal foi impedido de usar tecido fetal para tentar desenvolver o tratamento para o covid-19, a doença causada pelo coronavírus.

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