Número de abortos cai ao menor nível de todos os tempos nos EUA, diz pesquisa

Estudo foi feito por instituto que apoia o aborto e cobre o período entre 2011 e 2017.

Fonte: Guiame, com informações do EstadãoAtualizado: quinta-feira, 19 de setembro de 2019 às 12:19
Diversos estados americanos têm aprovado leis de restrições ao aborto. (Foto: Reprodução/Bethany Brown)
Diversos estados americanos têm aprovado leis de restrições ao aborto. (Foto: Reprodução/Bethany Brown)

O número de abortos nos Estados Unidos alcançou o menor patamar da história. Apesar de a pesquisa, realizada pelo instituto pró-aborto, ter creditado a queda à ampliação do acesso à contracepção e ao fato de cada vez menos as americanas estarem engravidando, a notícia está sendo comemora pelos pró-vidas.

As informações sobre a queda do aborto estão contidas em relatório divulgado, nesta quarta-feira (18), pelo Guttmacher Institute.

O instituto, que apoia o direito ao aborto, estima que houve mais de 862 mil abortos em 2017, cerca de 200 mil a menos do que em 2011.

A taxa de aborto — número de abortos a cada mil mulheres em idade reprodutiva — caiu de 16,9 em 2011 para 13,5 em 2017, a menor desde que o aborto se tornou legal em todo o país em 1973.

Os autores do estudo disseram que o número de procedimentos abortivos para 100 gestações, que terminaram em aborto ou nascimento, foi de 18,4 em 2017, enquanto em 2011 ele foi de 21,2,

O instituto compila periodicamente dados com pesquisas em hospitais e clínicas de aborto e revisando informações de departamentos de saúde e outras fontes.

Leis restritivas

Durante o período de tempo da pesquisa, 2011 a 2017, 32 Estados aprovaram um total de 394 novas restrições ao aborto, disseram os autores do documento.

Os autores disseram ainda que a taxa de aborto – o número de abortos para 100 gestações que terminaram em aborto ou nascimento – foi de 18,4 em 2017, enquanto em 2011 ele foi de 21,2.

Os pesquisadores não explicaram se essa queda refletia um aumento no número de mulheres que queriam dar à luz ou que queriam um aborto, mas não tiveram acesso a um, ou à uma combinação de ambos.

O Instituto Guttmacher não permitiu que jornalistas compartilhassem a pesquisa com ninguém antes da sua publicação, mas pessoas de ambos os lados da discussão comentaram as conclusões gerais.

Clarke Forsythe, consultor sênior da Americans United for Life, uma organização antiaborto, chamou a pesquisa de “uma colcha de retalhos para servir a uma agenda”, acrescentando que não dava nenhum crédito a ela. Ele disse acreditar que o instituto tenta mostrar que “o aborto é bom, deve ser legal e as leis estaduais que tentam limitar ou regular o aborto são ineficazes”.

“Tenho certeza de que há muitos fatores que contribuíram para o declínio”, acrescentou Forsythe. “Algumas leis estaduais contribuem para a redução do aborto.”

Daniel Grossman, professor de obstetrícia, ginecologia e ciências da reprodução da Universidade da Califórnia, em San Francisco, que não participou da pesquisa, disse que as razões por trás do declínio do aborto são provavelmente complexas.

“Embora os autores não tenham encontrado uma associação clara entre a mudança no número de clínicas, restrições legais e mudanças na taxa de aborto nesses dados nacionais, acho que é necessária uma análise mais profunda”, disse Grossman, que conduz estudos reprodutivos, pesquisa em saúde e também realiza abortos.

“Nem todas as restrições ao aborto são iguais – algumas criam um pequeno obstáculo que a maioria dos pacientes supera, enquanto outras resultam no fechamento de grandes empresas, tornando impossível o acesso a alguns cuidados.”

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