Turquia decide manter pastor preso e EUA planejam aplicar novas punições

A administração de Donald Trump está posicionada para impor novas penalidades a Turquia por se recusar a libertar o pastor Andrew Brunson.

Fonte: Guiame, com informações do Wall Street JournalAtualizado: quinta-feira, 9 de agosto de 2018 às 14:05
O pastor Andrew Brunson foi transferido para prisão domiciliar na Turquia em julho. (Foto: Agence France-presse/Getty Images)
O pastor Andrew Brunson foi transferido para prisão domiciliar na Turquia em julho. (Foto: Agence France-presse/Getty Images)

Os Estados Unidos não conseguiram negociar a libertação do pastor americano mantido preso há quase dois anos na Turquia, aprofundando uma crise entre os dois países e abrindo o caminho para a administração de Donald Trump tomar novas medidas punitivas.

Durante uma reunião em Washington nesta quarta-feira (8) entre autoridades de alto nível dos EUA e Turquia, os países não chegaram a um acordo.

A administração Trump está posicionada para impor novas penalidades à Turquia por se recusar a libertar Andrew Brunson, um pastor da Carolina do Norte que foi detido na Turquia como parte de uma onda de repressão após um golpe fracassado em julho de 2016.

Em meio à crise, a moeda turca continua sendo desvalorizada no mercado financeiro, em meio a temores de que os EUA possam tomar medidas mais duras diante do impasse.

O destino de Brunson se tornou a questão que mais tem dividido os EUA e a Turquia, dois membros aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que repetidamente entraram em confronto com a política de Washington no Oriente Médio.

O  pastor Brunson, que liderava uma pequena igreja por mais de duas décadas na Turquia, foi detido em outubro de 2016 e acusado de terrorismo e espionagem, podendo ser mantido preso por 35 anos. Brunson negou as acusações e a administração Trump classificou o caso como infundado.

Tentativas de acordo

Os EUA fecharam um acordo no mês passado para libertar Brunson após uma audiência no tribunal. No entanto, o juiz enviou o pastor de volta à prisão, contrariando o combinado com as autoridades americanas.

Após uma semana de negociações tensas, as autoridades americanas voltaram a esperar que Brunson fosse enviado aos EUA no final de julho. Mas ele foi colocado em prisão domiciliar em sua casa na cidade portuária de Esmirna.

Esse movimento despertou uma nova pressão em Washington sobre Ankara. Na semana passada, o governo Trump impôs sanções econômicas aos ministros da Justiça e do Interior da Turquia, fazendo a lira turca desvalorizar a níveis recordes.

Juntamente com a liberdade de Brunson, os EUA têm trabalhado para garantir a liberação de um cientista turco-americano da NASA, Serkan Golge, que também foi preso na operação pós-golpe na Turquia, e três cidadãos turcos que trabalham para o Departamento de Estado dos EUA na Turquia.

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